26.6.06

Auto de Fé

Foto de Kazuo Okubo colhida aqui

Não me arrependo dos amores que tive
dos corpos de mulher por quem passei
a todos fui fiel
a todos eu amei

Não me arrependo dos dias e das noites
em que o meu corpo herói ganhou batalhas
A um palmo do umbigo eu fui primeira
a divina
a deusa

a verdadeira mulher – rival.

Amei tantas mulheres de que nem sei o nome
eu só me lembro apenas
de abraços
de pernas
de beijos
e orgasmos

E no amor que dei
e no Amor que tive
eu fui toda mulher - fui vertical

Eu fui mulher em espanto
fui mulher em espasmo
fui o canto proibido e solitário

Só tenho um itinerário: Amor-Mulher.

(Manuela Amaral)

4 comentários:

wind disse...

Belo poema de Manuela Amaral, que assumindo a sua opção sexual, faz poemas eróticos lindos:)
Bela foto:) beijos

Anónimo disse...

Não interpreto como poema tendencialmente de opção sexual..mas sim de varias formas e estados do corpo de uma mulher!!

Luís Monteiro da Cunha disse...

e o amor não escolhe parceiro...

destaco:
E no amor que dei
e no Amor que tive
eu fui toda mulher - fui vertical


Boa semana
Bjinhos
Luís

GNM disse...

É um belíssimo poema...
Corajoso por sinal!

Sorrisos para ti!