29.6.07

livros ...

Imagem colhida na net, aqui.



O convite foi feito pelo TCA, do Abstracto Concreto II. Esolhi 5 livros que gosto.

Confesso que ultimamente não tenho muito tempo para ler, ler mesmo, como eu gosto, sem adormecer de cansaço em cima do livro ou deixando-o cair para o lado. Sempre li muito. Agora só as férias permitem pôr a leitura em dia lendo sem grandes limites.
Entretanto foi difícil escolher 5 livros ... há tantos livros que me marcaram, tantos que releio ciclicamente, tantos livros que considero verdadeiras obras de arte, verdadeira literatura intemporal e que, como tal, são incontornáveis. Enfim, escolhi os promeiros cinco que me vieram à mente. Aqui fica a lista:

Natália Correia – Poesia Completa” – Natália em todas as facetas poéticas, onde se encontra um poema para cada estado de alma.

Paiol de Pólvora” de Joaquim Pessoa – a capa roxa do livro já está tão desbotada que é mais lilás que outra coisa, sinal de que tenho o livro há muito tempo e o leio sempre que me apetece, ao sabor da alma.


“As Mãos e os Frutos” de Eugénio de Andrade – dos muitos que tenho do poeta, o meu preferido, que não me canso de reler. Como diz Jorge de Sena, foi “ escrito, assim, com lucidez sem angústia, ardor sem ingenuidade, segurança sem complacência, inquietação sem azedume, tranquilidade sem ignorância, e com franqueza discreta, elegância viril, naturalidade para além do desafio (…).”


“A Insustentável Leveza do Ser” de Milan Kundera – um romance que me transporta para o campo do imaginário sem que eu dê por isso. Ciclicamente volto a este livro.


As Pontes de Madison County” de Robert James Waller – obra marcante porque acredito no Amor como força motriz que tudo transforma e tudo torna possível …

Dito isto, passo a palavra (ou a "batata quente") a:

Anomalias

Cabana de Palavras

Eternamente Menina

Humores

Poliedro

18.6.07

A gazela

Foto de A. Brito retirada daqui.


Gazella Dorcas

Mágico ser: onde encontrar quem colha
duas palavras numa rima igual
a essa que pulsa em ti como um sinal?
De tua fronte se erguem lira e folha

e tudo o que és se move em similar
canto de amor cujas palavras, quais
pétalas, vão caindo sobre o olhar
de quem fechou os olhos, sem ler mais,

para te ver: no alerta dos sentidos,
em cada perna os saltos reprimidos
sem disparar, enquanto só a fronte

a prumo, prestes, pára: assim, na fonte,
a banhista que um frêmito assustasse:
a chispa de água no voltear da face.

(Rainer Maria Rilke)
Tradução: Augusto de Campos

2.6.07

Fiz um conto para me embalar

Foto colhida na net, aqui.

Fiz com as fadas uma aliança.
A deste conto nunca contar.
Mas como ainda sou criança
Quero a mim própria embalar.

Estavam na praia três donzelas
Como três laranjas num pomar.
Nenhuma sabia para qual delas
Cantava o príncipe do mar.

Rosas fatais, as três donzelas
A mão da espuma as desfolhou.
Nenhuma soube para qual delas
Príncipe do mar cantou.

(Natália Correia)