30.5.06

Canção

Imagem retirada daqui

Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo
– mãe, dou-lho ou não?

Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo
-- mãe, dou-lho ou não?

Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz mo pedir
-- mãe, dou-lho ou não?

(Eugénio de Andrade)

5 comentários:

lena disse...

Eugénio de Andrade continua entre nós através da sua bela poesia e encanta quem a lê

os poetas que escolhes são excelentes, li Bernardo Pinto de Almeida e Ary que também adoro, cada um com a sua força poética e tal como Eugénio, Ary continua entre nós, sem tempo

e lembrei-me de te deixar um poema de Eugénio que gosto:

As poucas palavras

Foi um dia, e outro dia, e outro ainda.
Só isso: o céu azul, a sombra lisa,
o livro aberto.
E algumas palavras. Poucas,
ditas como por acaso.

Eram contudo palavras de amor.
Não propriamente ditas,
antes adivinhadas. Ou só pressentidas.
Como folhas verdes de passagem.
Um verde, digamos, brilhante,
de laranjeiras.

Foi como se de repente chovesse:
as folhas, quero dizer, as palavras
brilharam. Não que fossem ditas,
mas eram de amor, embora só adivinhadas.
Por isso brilhavam. Como folhas
molhadas.

Eugénio de Andrade


Beijinhos para ti muitos Pink e o meu abraço cheio de carinho, doce menina

lena

wind disse...

Sorri ao ler, EA tem destes poemas assim tão queridos, ternurentos, que me fazem sorrir de carinho:) linda imagem. beijos

Anónimo disse...

Olá querida Pink, esse poema é muito engraçado, deixa sempre um sorriso a quem o lê...obrigado! Beijinhos e bom fim de semana

rita disse...

feliz dia da criança. =)

Anónimo disse...

...belissimos este lenços dos namorados...quando a paixão é a de dar, vai o cravo o lenço o coração vai tudo afinal...
Morfeu