12.5.06

Poema sobre a recusa

Foto de Paulo Alegria colhida aqui

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.

(Maria Teresa Horta)

4 comentários:

lena disse...

belo poema, pela partilha, Pink

sim como é possível...

e lembrei-me de te deixar para ti:


Regresso

Regresso para mim
e de mim falo
e desdigo de mim
em reencontro

os pontos
um por um:

o sol
os braços

a boca
o sabor

ou os meus ombros

Trago para fora
o que é secreto
vantagem de saudade
o que é segredo

Retorno para mim
e em mim toda
desencontro já o meu regresso

Maria Teresa Horta
Minha Senhora de Mim
Gótica, 2001

beijinhos muitos para ti e um abraço meu, linda menina


lena

Kalinka disse...

PINK
Não consegui ler o teu poema todo, sem me ter emocionado...e, de que maneira!!! Chorei de forma sentida.
Pois tantas vezes na Vida, isso acontece:
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado...
de - Maria Teresa Horta.
LINDO.
Bela escolha. Parabéns.
Beijokas.

Anónimo disse...

lindo poema...
gostei desse: "como é possivel perder-te sem nunnca ter te achado"
perfeito!!!!!!!!!!!!!!!!!!
espero-te....bjo grande e boa semana.

Menina Marota disse...

"...Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado..."

... esta é a parte triste do amor...

... e, como sinto estas palavras, no interior da minha alma...

Belas e profundas as tuas escolhas, mesmo ao meu gosto.

Abraço carinhoso ;)