3.12.05

Poesia

Foto colhida em http://pro.corbis.com/

Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem,
Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?

(Fernando Pessoa)

3 comentários:

wind disse...

Espectacular poema sensual e ao mesmo tempo ternurento de F.P.. Bela foto:) beijos

lena disse...

não me canso de ler Pessoa

sabes escolher tão bem o que partilhas

excelente este poema dele, onde a sensualidade se sente

beijinhos

lena

Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes disse...

Lindo muito lindo adororei, já o postei no meu blog.
Beijinhos