8.12.05

Encontro

Foto de Jomané em www.olhares.com/

Como se um raio mordesse
meu corpo pêro rosado
e o namorado viesse
ou em vez do namorado

um novilho atravessasse
meus flancos de seda branca
e o trajecto me deixasse
uma açucena na anca

como se eu apenas fosse
o efeito de um feitiço
um astro me desse um couce
e eu não sofresse com isso

como se eu já existisse
antes do sol e da lua
e se a morte me despisse
eu não me sentisse nua

como se deus cá em baixo
fosse um cigano moreno
como se deus fosse macho
e as minhas coxas de feno

como se alguém dos espaços
me desse o nome de flor
ou me deixasse nos braços
este cordeiro de amor

(Natália Correia)

2 comentários:

wind disse...

Belo e forte poema de amor. beijos

Anónimo disse...

Grande Natália Correia! Adoro a sua poesia!
Grata pela partilha ;)

Um abraço ;)