11.1.06

Soneto de Amor

Foto retirada de http://pro.corbis.com/

Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma … Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas …
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua …, – unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois … – abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada …
Deixa a vida exprimir-se sem disfarce!

(Eugénio de Andrade)

5 comentários:

wind disse...

Deliciosamente erótico:) beijos

Luís Monteiro da Cunha disse...

Hummm!!!

Nada melhor para começar o dia!
O amor exacerbado, num momento!

Bjinho

Anónimo disse...

Olá Pink, muito bonito esse poema de Eugénio de Andrade, a foto está deliciosamente fundida com o texto, que sensualidade. Beijinho

Jorge Moreira disse...

Uau! que bela sensação da Vida.
Beijinhos,

Kalinka disse...

Fui comentar o poema de Manuel Alegre...e, agora aqui estou...e, que dizer?
Belo também, mas mais erótico.
...nós trocaremos beijos e gemidos, sentindo o nosso sangue misturar-se...é Eugénio de Andrade.

Tens bom gosto na escolha das poesias que aqui colocas, parabéns!
Beijo.