14.1.06

Os Jardins de Adónis III

Foto retirada de www.flickr.com/

Estranhos à terra, os namorados
O jardim os esconde do tempo
E pela alameda vão castos
Criando um puro sentimento

Para um vago paraíso deslizam
Numa luz chireante de beijos
Riem-se da morte e em seus riso
Jorra o claro riso dos deuses.

Figuras de uma indemne passagem
Entre os nossos letais desacertos,
Quem são esses vultos de aragem?
Ninguém sabe de que vida são feitos.

Que língua falam? Talvez os pássaros
Entendam seus sons estrangeiros.
Serão um sonho sob os álamos
Ou os únicos seres verdadeiros?

Onde vão? Misteriosos só param
Para ciciar dentro de um rainúnculo
Um segredo que as flores intactas
Repetem até ao fim do mundo.

(Natália Correia)

5 comentários:

wind disse...

Descrição bonita de namorados, que me fez lembrar os meus tempos de há muitos anos atrás:) beijos

lena disse...

um poema lindo da inesquecível Natália Correia,
onde se sente o envolvimento dos namorados e a saudade tocou em mim

lindo!

beijinhos meus

lena

Kalinka disse...

Esta poesia leva-nos de volta aos belos tempos de namoro...que saudades!!!
Passei para te dar uma beijoka e desejar um bom fim de semana.
Continuo à tua espera no kalinka.
Como professora que és, poderás ler, no penultimo «post», um comentário feito por uma Mãe, tem tudo a ver com o recente tema que eu abordei e é de interesse geral e muito importante nos dias de hoje.

Jorge Moreira disse...

O poema é lindo, mas a foto... é mesmo espetacular.
Beijinhos e bom domingo

Luís Monteiro da Cunha disse...

Deleitado e enamorado...
Retiro-me, desejando-te uma serena semana.

Bjinho