Foto retirada de happycarpenter.blogs.com/
Plena mulher, maçã carnal, lua quente,
espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas?
Que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ar opresso e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos
e dois corpos por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos,
e o fogo genital transformado em delícia
corre pelos ténues caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo nocturno,
até ser e não ser senão na sombra um raio.
(Pablo Neruda)
25.1.06
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3 comentários:
Adoro Pablito e este soneto é demais:) Linda a foto, tem tudo a ver com o que está escrito. beijos
Magnífico, transporta-nos para outra dimensão...
belo soneto de Pablo e como ele escreveu tão bem sobre a mulher e o amor. infinito o que nos deixou e imortal a sua poesia
beijinhos muitos, menina linda, que consegues partilhar tão boa poesia
lena
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