4.3.07

De onde me chegam estas palavras?

Imagem colhida na net aqui.


Nunca houve palavras para gritar a tua ausência

Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto doía no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.

E não havia um nome para a tua ausência.

Mas tu vieste.

Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?

Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.

Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.

Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.

(Joaquim Pessoa)

9 comentários:

Anónimo disse...

Podes correr e saltar...ele nunca mais te quer, nem com a poesia o consegues levar de novo para teus braços....fazes parte do passado....

Anónimo disse...

Gostei.

Parabéns pelo blog, pelos post.

Bom gosto

Anónimo disse...

Sê bem vinda, envolta neste poema de amor e paixão do J.Pessoa.
Abraço
Morfeu

wind disse...

Estes poemas de JP São maravilhosos!:)
beijos

Ana Rita disse...

Gostei. gosto sempre. *

Da Casa da Mathilde disse...

Um lindíssimo poema de Joaquim Pessoa. E quando de amor se fala que mais se pode dizer?
Continua a amar!
Beijinhos

Anónimo disse...

Estava com fome de poesia e com sede de paz...

Vim aqui beber à fonte!

beijo e saudade Fire!

Princesa

Daniel Aladiah disse...

E quando os corpos fazem a vontade às palavras, então a poesia faz-se realidade.
Um beijo
Daniel

Salatia disse...

delicio-me...como sempre...um beijo. Mudei de endereço, agora estou por aqui: http://too4lost4inside.blogspot.com