5.11.05

O corpo


Porque em teu pénis pulsam os papiros
E de seda no sono és um vitelo,
Porque os anéis do plenilúnio adquire-os
A luz de que se ocupa o teu cabelo,

Porque ergues a cabeça e caem lírios,
porque abres a camisa e és muito belo,
Porque um gato de febre em teus delírios
Divaga meus quadris de terciopelo.

Porque eu saio da concha do vestido
E num palor de sol submetido
Declinas no meu fim inominável,

Porque nevo se estás no solstício,
És a paixão votada ao sacrifício
Que devo a uma estrela insaciável.

(Natália Correia)

1 comentário:

wind disse...

Belíssimo este poema erótico de Natália Correia. Linda imagem:) beijos