19.9.07

As Amoras



O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

(Eugénio de Andrade), O outro nome da Terra

7 comentários:

Anónimo disse...

Quando largamos as raízes ( onde nascemos ) e olhamos com alguma distância, se repara na beleza desses mesmos lugares. Bem regressada Pink. Beijo

Daniel disse...

lol
Veio mesmo a calhar... Mesmo antes de ver o teu blog escrevi um poema sobre o meu país. Claro que não tão bom. =P
Gostei deste cantinho. =)

Beijo

Daniel Aladiah disse...

Somos todos conterrâneos, como tal...
Um beijo
Daniel

tchi disse...

Saboroso fruto.
Só o Eugénio de Andrade para assim falar dele.

Anónimo disse...

...bom regresso e que as amoras, ainda que no seu fim, te possam adoçar o teu dia...
Morfeu

--------------- disse...

Porque a doçura de um país tem sabor, cor, aroma, pele e melodia, nunca me canso de ouvir cantar Portugal...:)

MCosta disse...

Que selecção magnífica de poemas, vou voltar mais vezes sempre que me for possível.
Um grande sorriso.
M.C.