Foto de Victor Melo colhida aqui
É noite pura e linda. Abro a minha janela
E olho suspirando o infinito céu,
Fico a sonhar de leve em muita coisa bela
Fico a pensar em ti e neste amor que é teu!
D'olhos fechados sonho. A noite é uma elegia
Cantando brandamente um sonho todo d'alma
E enquanto a lua branca o linho bom desfia
Eu sinto almas passar na noite linda e calma.
Lá vem a tua agora... Numa carreira louca
Tão perto que passou, tão perto à minha boca
Nessa carreira doida, estranha e caprichosa
Que a minh'alma cativa estremece, esvoaça
Para seguir a tua, como a folha de rosa
Segue a brisa que a beija... e a tua alma passa!...
(Florbela Espanca)
12.11.06
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5 comentários:
Belíssimo este soneto e a foto a condizer:)
beijos
"Fico a sonhar de leve em muita coisa bela..."
Adoro sonhar de leve! :)
Gosto muito da Florbela Espanca!
Venho aqui, não para ler o poeta, não para rever versos já conhecidos, venho aqui para sentir nos olhos o sabor da tua boca (as palavras).
Gostei muito.
Bjs
Gui
FLORBELA ESPANCA - que delícia de poema.
Parabéns pela escolha.
Deixei lá no meu cantinho um «desafio» para a menina...vai até lá e deixa-me deliciada com a tua resposta, combinado?
Espero por TI.
Bom fim de semana. Beijo.
Lia-se perfeitamente a frase num pequeno anúncio de Jornal.
"Compra-se alma. Paga-se bem"
Fausto achou a proposta interessante.
Como nunca foi crente ou poeta, sempre achou a própria alma algo de grande inutilidade.
Guardava a alma na gaveta das cuecas e poucas vezes tivera motivos para a tirar de lá. Mas agora havia um: dinheiro.
Desde que a proposta fosse boa, Fausto iria trocar a alma por uns cobres...queres saber como acaba este desalmado??
Anda ver.
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