21.9.06

Paraíso

Foto colhida na net, aqui.

Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...

Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.


(David Mourão-Ferreira)

6 comentários:

Anónimo disse...

E no final...a ilusão de que de nada se precisa!
Boa escolha em imagem vazia de ilusão!
Bjs e bom fim de semana.

Anónimo disse...

...nesta realidade da Ilusão, na perdição de palavras que a poesia solta, liberta, neste cultivar dos loucos que por ái esvoaçam ...

...deixo um abraço que acalente um bom fim de semana,amiga Pink...

Morfeu/Fr.

wind disse...

Com DMF parece fácil chegar à ilusão de Paraíso:)
Bela imagem!
Beijos

Luis Eme disse...

Boas escolhas... prometo voltar com mais tempo, para ler estes poetaços com atenção.

Delfim Peixoto disse...

Uma escolha linda, como o Poema...
E na verdade, essa ilusão do Paraíso seria o suficiente...!
bjs ternos

José Manuel Dias disse...

Somos produto do que somos...e do que vivemos.
Abraço