15.9.05

Delírio


Foto colhida em http://www.karsten-fotografie.de/

É o meu mel
que eu cheiro na tua boca

É no teu pénis
que eu bebo a sede toda

Nos meus lábios abertos
que me vencem
eu nado devagar sem ter vergonha

É a lagoa - eu digo
de veludo

É o grito - eu sei
na raiva solta

É a proa do prazer
sobre o lençol
onde mais tarde vai rebentar a onda

Secreto é o ruído
dos corpos
no combate
Os elmos já depostos pelo chão
caídas as viseiras e as máscaras
o vestido misturado à armação

São fulvos os cavalos
com as patas cor do pó
tropeçando na paz adormecida

Eu levo a bandeira
do orgasmo
E "para tão grande amor é curta a vida"

(Maria Teresa Horta)

2 comentários:

Pink disse...

Obrigada, companheiro Bond! Eu também aprecio a obra da MAria Teresa Horta. Pena há que haja quem não entende que isto é literatura também e não menor que outra. Um beijo.

Salatia disse...

Delírio delicioso...a dimensão desta literatura está nos olhos de quem a vê/lê (tal e qual a beleza) ;) Jokas