28.1.06

Parábola

Foto retirada de http://pro.corbis.com/

No silêncio do parque abandonado
O repuxo prossegue a sua luta;
É um desejar alado
A sair de uma gruta.

Ergue-se a pino no céu como uma lança;
Ergue-se a pino, e sobe na ilusão;
Até que a flor do ímpeto se cansa
E cai morta no chão.

Mas a raiz do Sonho não desiste;
Subir, subir ao céu, alto e fechado!
E o repuxo persiste
Na solidão do parque abandonado.

(Miguel Torga)

6 comentários:

  1. Poema de solidão. beijos

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  2. Nunca li poesia do Miguel Torga.
    Mas vou aproveitar aquela colecção que está a sair agora e comprar os livros dele _ já comprei os 2 primeiros.

    Passa um bom fim de semana e sorri!

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  3. ...poema da nossa possível, normal, definitiva, superável ou insuperável solidão...sermos repuxo no parque sós, ou rodearmo-nos de outras singulares solidões e iluminar o parque, insistente, teimosamente...
    Um abraço e bom fim de semana
    Morfeu

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  4. Olá Pink
    Já há uns dias k não vinha cá, confesso, mas hoje consegui tempo e cá estou. E, que encontro eu?
    Miguel Torga.
    LINDO.
    Sabes? sempre gostei de fotografar repuxos, adoro ver o efeito da água em movimento.
    Embora uma poesia triste, consegue-se encontrar beleza e esperança nalgumas partes:
    ...«é um desejar alado a sair da sua gruta...»
    ...«mas a raiz do Sonho não desiste;Subir, subir ao céu, alto e fechado!...»
    Beijokas e bom fim de semana.

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  5. É lindo este poema!
    Bom fim-de-semana!
    ~*~

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  6. Um grande poema, de um grande poeta... uma boa forma de descrever a solidão

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